No dia 2 de Agosto iniciámos uma série de 7 mergulhos realizados com o objectivo básico de conhecer melhor a zona inundada do Sistema Moinhos Velhos – Pena – Contenda. Para aqui chegarmos foram 2 meses de trabalho árduo com equipagem dos vários poços, bombeamento de sifões e transporte de material ao longo de quase 1 km de gruta. O primeiro mergulho Para o primeiro mergulho tínhamos vários objectivos imediatos: - Verificação do fio de Ariana original, visto o mesmo já ter alguns anos e haver a probabilidade de estar danificado - Reconhecimento da galeria anteriormente topografada, identificando possíveis continuações - Chegar à bifurcação registada na anterior topografia - Iniciar a exploração da galeria que se desenvolve pela direita na bifurcação em direcção a sul |
Este primeiro mergulho iniciou-se com a colocação de fio principal no poço, em virtude de o antigo fio estar partido (a SPE já tinha iniciado há alguns anos a exploração e topografia desta zona do sistema espeleológico). No entanto o fio antigo começa na amarração aos - 9 m (perto do fundo do poço) e continua sem interrupções até aos 120 m de penetração. A linha é contínua e está em boas condições, não sendo necessário proceder a substituição. O poço onde se inicia a exploração subaquática (Poço Final) tem cerca de 10 m de profundidade sendo o fundo constituído por areia. A partir do momento em que deixamos o poço e entramos na galeria a gruta muda significativamente de forma. As paredes são bastante lisas, brancas e existem vários blocos partidos. O chão tem muito sedimento que facilmente fica em suspensão. No caminho até ao limite da zona topografada, registámos do lado esquerdo a passagem que mais tarde se verificou que se dirige para a norte e que liga à zona do Rio Negro. Chegados aos 120 m de penetração encontrámos a bifurcação pretendida e verificámos que a linha principal está colocada pela galeria da esquerda. A galeria que procurávamos está à direita, existindo um T na linha principal que nos leva até à entrada da mesma. Deixámos um marcador na linha principal e iniciámos o caminho pela galeria da direita. Assim que entrámos encontrámos o carreto original da exploração anterior. Decidimos retirar o carreto e iniciar a penetração refazendo o T com novo fio. A gruta muda de novo de aspecto. Trata-se agora de uma conduta forçada com um diâmetro de cerca de 1,5 m. Quase não conseguimos fazer amarrações. O percurso é muito sinuoso e o facto de ser bastante estreito obriga a um esforço adicional de progressão, mesmo sentindo que estamos a favor da fraca corrente. Virámos o mergulho por gás embora no limite da profundidade (30 metros) do gás das das nossas garrafas de etapa (Nitrox 32). A gruta continua com direcção genérica para sul. O percurso inverso é penoso. Embora a corrente seja bastante fraca, agora é sentida e dificulta a progressão. Saímos da água ainda com gás suficiente para quando voltarmos à gruta podermos recolher algumas imagens sem comprometer a exploração. Os mergulhos seguintes Nos mergulhos seguintes a distância percorrida dentro desta galeria foi crescendo e o número de garrafas e o tempo de mergulho também. A dificuldade logística de cada imersão cresceu substancialmente sendo que nos últimos mergulhos cada mergulhador utilizou 4 garrafas de etapa (S80) e 1 garrafa de deco (S40). O transporte de 10 garrafas, fatos e baterias só foi possível devido à fantástica equipa que é a SPE, que ao longo de 3 meses de expedição registou a colaboração de 30 elementos. No último mergulho foi refeita a topografia da nova galeria, tendo-se aproveitado para recolher algumas imagens do mesmo. O mergulho teve a duração de 3h10m e profundidade máxima de 47 metros. Foi topografada a poligonal até ao fim da conduta forçada. Aqui deparámo-nos com uma fenda que nos leva de volta aos - 35 m e a galeria volta novamente a parecer-se com o Labirinto que deixámos para trás (a seco…). A gruta continua, maior e agora com as bolhas a ‘sujarem’ o nosso caminho de volta. Dados do 1º Mergulho:
Dados do 7º e último mergulho:
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